Ontem foi um dia inusitado, no qual percebi que bom humor é tudo na vida.
Imagine que eu e o Doug combinamos de nos encontrar para verificarmos algumas coisas para a festa dos anos 80 que daremos no sábado que vem. Ritmo de festa que balança o coração, fomos todos lindos e pimposos atrás de alguns mimos (tacinhas, um óculos rayban para o Cazuza – ele – e um tubinho pretinho básico para a Tina Turner – eu).
Anda. Anda. Não para não. Chega no Teatro Municipal e pergunta onde fica a 25 de Março.
“Vai por aqui, primeira esqueda, segunda direita, depois direita esquerda, esquerda e você está lá!” Foi a resposta que ouvimos. Não precisa nem dizer que dois minutos depois não lembrávamos de mais nada.
Mas enfim chegamos…e desce aquela ladeira rezando para não tomar um rola. Final da ladeira e aquela invasão de calor humano emoldurado de sacolas. Aflição, síndrome do pânico e do momento Amy Winehouse batendo.
Anda mais um pouquinho, não acha nada. Vamos na galeria do Rock? Vamoooooooooos!
Saindo da 25 de Março enfrentamos um arrastão de camelôs. Coisa agradável, você correndo daquele povo gritando com suas barraquinhas na mão, te atropelando, você se sentindo uma galinha louca no meio de um tiroteio – à essa hora já estávamos achando tão bizarro tudo o que nos ocorreu até o dado momento que nem corrrer direito a gente corria, porque tinha ataques de risos nervosos.
Passou o arrastão dos camelôs, ufa…. Agora vamos atravessar uma avenida…mas é grande a bicha da avenida, grandeeee…Começamos, no meio pensamos “vamos morrer” e perdemos a classe, correndo que nem duas peruas velhas…
Agora mais uma rua para atravessar. Corridinha básica e atravessa. Mas gente, olha essa mureta aqui, barrando a rua do pedaço que a gente realmente tem que ir. Ai Jesus, vamos pular a mureta. Não acredito, vai, vamos!
Anda, anda, anda. Chega na galeria, despenca o mundo lá fora, chuva, chuá, chuá. Roda a galeria, vê um monte de coisa interessante, mas que não tem a ver com o propósito do passeio.
Ao subir as escadas rolantes falando ” ai, não falta mais nada acontecer com a gente) a escada rolante para no meio com a gente olhando com cara de “I see dead people” um para o outro.
Doug resolve que que quer uma camiseta do Radiohead com gola careca.
” Tem camiseta de gola careca” , pergunta ele de loja em loja. E descobre não só que não tem a camisa de gola careca, mas que é praticamente é um crime pedir camisetas de gola careca na galeria. As respostas de não ( um não bem redondo) eram seguidas de uma cara de “te desprezo”! Qual é, roqueiros não podem usar golas carecas, essa é a nova onda? Imagine se ele tivesse pedido uma gola v ou uma cacharel…
Acabou a chuva, os pés em bolhas, vamos nos dar um minuto de dignidade e vamos num brechó na frente da galeria Ouro Fino para ver se encontro o vestido Tina Turner e os óculos Rayban para o Doug-Cazuza.
Vamos entrar num táxi. O outro taxista não deixa, pede para a gente entrar no dele. 600 metros depois de entrarmos o taxista faz a louca, pois recebeu uma chamada de uma corrida muito maior, e diz que vai nos deixar ali mesmo, perto da Maria Antônia, pede desculpas e diz que não vai cobrar – era só o que nos faltava.
Não tínhamos força nem para reclamar. Saímos do táxi e tivemos uma crise de riso, uma crise de “meu, me abraça, tá phoda”.
Pegamos outro táxi e finalmente chegamos na galeria. Êeeeee….Uêpa…não dá para ir no brechó porque está rolando uma festa na galeria.
Ok, estamos vencidos! Vamos na Ouro Fino tomar uma cervejinha e comentar as desgraças. Tínhamos de tudo para estarmos puto, mas a gente ria mais do que hiena no cio. Não sei ainda como o Doug está (acabei de acordar), mas minha síndrome de Pollyana persiste…apesar dos pés ainda inchados, vejo a minha perna bem durinha de tanto andar. ( e eu ainda tinha feito aula de flamenco antes dessa bad trip).
Nada deu certo…mas sou a Mel B!
BeijosPepepeÔTiraEssaUrucadeMimTchau!